sábado, junho 15, 2002

Olhava pela janela do meu apartamento quando vozes lá embaixo me chamaram a atenção.
Alguns rapazes por volta dos seus 20 e poucos anos tropeçavam nas próprias pernas, segurando uma latinha de cerveja na mão e falando alto como quem conhece a razão da existência.
Fiquei olhando enquanto um deles, pior do que os demais, fazia e acontecia, dançava como um bailarino, ora para um lado, ora para o outro.
Inicialmente pareciam que sairiam no tapa, chegavam perto um do outro, sacudiam o ombro alheio, empurravam. Uns tentavam, como se pudessem, separar os arrebatados pelo álcool. Outros, já tão inconscientes, olhavam pasmos, sentados no meio fio.
E eu aqui, na janela do apartamento. Pensando: O que leva jovens tão cheios de vida gastarem suas energias desta forma tão "nojenta"?
Como são incapazes de parar na hora certa e permanecerem lúcidos.
Não sabem observar seus próprios limites. São escravos da bebida e nela depositam suas vidas.
Há casos e exemplos mais complexos do que este que presenciei. Mas não preciso deles para concluir que a humanidade, neste caso, o homem mais do que a mulher, precisa de tão pouco para se tornar muito menos.
Eu aqui, por minha vez, só pude sentir pena daqueles jovens pois poderiam ser alguém de maior valor. Talvez um dia até alcancem méritos, e talvez joquem tudo para o alto como aquele jovem jogou sua latinha de cerveja ainda cheia para pegar outra em seguida, como se o líquido fosse melhor que o primeiro, e um sorriso iluminava sua face como se acabasse de concluir uma obra prima - jogar a latinha.
Prefiro homens lúcidos. E estes, sinceramente, no estado em que se achavam não eram úteis para coisa alguma.
E saber que muitos preferem estes momentos de embriaguez ao lado de outros homens a momentos de lucidez ao lado de uma mulher. Há certamente algo errado, ou os homens não sabem o que é bom, ou as mulheres estão deixando a desejar.
Deus queira que a primeira hipótese seja mais verdadeira.
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sexta-feira, junho 14, 2002

Vida amarrada

Conta uma velha lenda dos indios Sioux, que uma vez, Touro Bravo, o mais valente e honrado de todos os jovens guerreiros, e Nuvem Azul, a filha do cacique, uma das mais formosas mulheres da tribo, chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho feiticeiro da tribo...

- Nós nos amamos... e vamos nos casar - disse o jovem. E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã... alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos... que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer?

E o velho emocionado ao ve-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

- Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada... Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte... e trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. E tu, Touro Bravo - continuou o feiticeiro - deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva!

Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada... no dia estabelecido, à frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco.

O velho pediu, que com cuidado as tirassem dos sacos... e viu eram verdadeiramente formosos exemplares...

- E agora o que faremos? - perguntou o jovem - as matamos e depois bebemos a honra de seu sangue? Ou as cozinhamos e depois comemos o valor da sua carne? - propôs a jovem.

- Não! - disse o feiticeiro, apanhem as aves, e amarrem-nas entre sí pelas patas com essas fitas de couro... quando as tiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres...

O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram os pássaros... a águia e o falcão, tentaram voar mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se até se machucar.

E o velho disse:
- Jamais esqueçam o que estão vendo... este é o meu conselho. Vocês são como a águia e o falcão... se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como tambem, cedo ou tarde, começarão a machucar-se um ao outro... Se quiserem que o amor entre vocês perdure...

voem juntos... mas jamais amarrados.

Lenda dos índios Sioux


quinta-feira, junho 13, 2002

"Existem quatro coisas na vida que não se recuperam:
a pedra, depois de atirada;
a palavra, depois de proferida;
a ocasião, depois de perdida;
e o tempo, depois de passado."

Almodóvar



Antes de ser o mais bonito. Seja o mais autêntico e triunfará.
Antes de ser o mais bem vestido, seja simples e encantarás.
Antes de colecionar amores, procure o verdadeiro e ele reagirá.
Antes de ofender na hora da raiva, seja dedicado e convencerás.
Antes de se acabar por um amor perdido,valorize-se mais, goste mais de você e não mais sofrerá.
Antes de sentir-se derrotado, pense que muitos desistem antes mesmo de começar.
E se você chegou até agora onde está e não consegue o que deseja, não desanime.
Pois Deus fez abismos pra que o homem compreendesse as montanhas,
Fez obstáculos para que o homem louvasse os prazeres,
E fez você, para que com ele descobrisse a vida que há pela frente e encontrasse a felicidade...
Portanto, seja feliz seja amigo e amável...
Seja antes de tudo: Você!