segunda-feira, julho 29, 2002

Imagine que você venceu um concurso cujo prêmio é o seguinte: todos os dias de manhã, um banco lhe dará um crédito de 86.400 dólares, numa conta corrente. Como todo jogo, há regras a seguir.
A primeira regra é de que tudo que você não gastar durant o dia será tirado da conta à noite. Você não poderá trapacear, não pode poderá transferir o dinheiro para outra conta, só poderá gastá-lo; no entanto, todas as manhãs o banco abrirá outro crédito, de novo com 86.400 dólares, para aquele novo dia.
Segunda regra: o banco poderá interromper o jogo sem aviso prévio; a qualquer momento poderá fechar a conta definitivamente.

O que você faria?
Lembre-se: Todas as manhãs, ao acordar, você tem um crédito de 86.400 dólares, com uma única obrigação: gastá-lo durante o dia. O saldo não usado será tomado quando você for dormir, mas essa dádiva do céu ou o jogo poderá ser interrompido a qualquer momento. Certo?
A pergunta é:
O que você faria se isso acontecesse com você?
Certamente você dirá: Gastarei cada dólar para fazer tudo que me desse prazer e para dar presentes às pessoas de quem gosto. Usaria cada centavo dado por "esse banco mágico" para tornar feliz a própria vida e a daqueles que o cercam, e talvez até a de quem não conhece, porque talvez pense que não poderia gastar tudo consigo mesmo.
Todos nós temos esse banco mágico: é o tempo!

Todas as manhãs, ao acordar, recebemos um crédito de 86.400 segundos de vida para aquele dia, e quando vamos dormir à noite não há transporte desta quantia. O que não foi vivido naquele dia está perdido, o ontem acabou de passar. Todas as manhãs essa mágica recomeça, ganhamos um novo crédito de 86.400 segundos de vida e essa regra do jogo é incontornável: o banco pode fechar nossa conta a qualquer momento, sem nenhum aviso prévio; a qualquer momento a vida pode ser interrompida. E o que fazemos dos nossos 86.400 segundos todos os dias?


Se você quer entender o que é um ano de vida: pergunte a um estudante que acabou de ser reprovado no exame de fim de ano. Um mês e vida: fale com uma mãe que acabou de dar à luz a um filho prematuro e que está esperando que ele saia da incubadeira para segurar o bebê nos braços, são e salvo. Uma semana: pergunte a um homem que trabalha numa fábrica ou numa mina pra alimentar a família. Um dia: pergunte a duas pessoas loucamente apaixonadas que estão esperando para se encontrar. Uma hora: pergunte a um claustrófobo, preso num elevador quebrado. Um segundo: olhe a expressão de um homem que acabou de escapar de um acidente de carro, e um milésimo de segundo: pergunte ao atleta que acabou de ganhar a medalha de prata nas Olimpíadas e não a medalha de ouro pela qual treinou durante toda sua vida.
A vida é mágica.


Minuto mágico retirado do Romance "e se fosse verdade...", de Marc Levy.

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